Morre o compositor Leguelé Marques

A música baiana está de luto. Será sepultado no final da tarde de hoje em Santo Amaro, sua terra natal, o compositor e intérprete Leguelé Marques, um dos mais queridos artistas da Bahia. O caldeirão tropicalista, que mesclou guitarras com samba de roda, levou Leguelé a desenvolver um trabalho musical singular, através do qual revelava sua paixão por diversos estilos. Com influencias sonoras de João Gilberto a Luiz Gonzaga, Leguelé começou a carreira artística nos anos 70, depois de ouvir o conterrâneo Caetano Veloso cantar “Objeto- não- identificado”. O artista passou a compor, a se apresentar em festivais e eventos em Salvador, interior da Bahia e outros estados. 

Na opinião do poeta José Carlos Capinam, “as canções de Leguelé compõem excelentes trilhas de redescobrimento felizes e até necessários, para recuperarmos algumas fontes mestres dos melhores momentos da música popular, da sua poética sonhadora e ingênua, numa sequência de ritmos vivos, que destaca a brasilidade entre tantas influências ao ritmo caribenho, nordestino com a maternidade africana sempre declarada”.

Ultimamente, Legulé Marques se dedicava à divulgação do CD Cidade do Amor, feito em homenagem a Salvador, e às apresentações em diversos palcos. O artista cantou em vários shows ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luiz Melodia, entre outros. Leguelé Marques estudou teoria musical na Escola de Música Nelson Ayres, em São Paulo e participou de cursos livres de música na Universidade Federal da Bahia. Ele era irmão do ex-jogador de futebol Alberto Leguelé e o seu desaparecimento deixou a classe artística, amigos e parceiros em profundo pesar.