terça-feira, 31 de maio de 2011

Orquestra Jovem da Bahia empolga público em Londres

Muitos dos músicos não tinham sequer 20 anos completos enquanto os 2.800 espectadores os aplaudiam de pé no Royal Festival Hall, em Londres. A apresentação, no último dia 21 de maio, foi a primeira de uma orquestra brasileira na cinquentenária casa de concerto.
A marca coube à Orquestra Jovem da Bahia, fundada pelo pianista e maestro Ricardo Castro. Os cerca de 80 músicos tocaram ao lado do pianista chinês Lang Lang, 28, uma das maiores celebridades da música clássica atual.
"Muitos deles não sabiam tocar um instrumento há quatro anos, e hoje estão aqui", disse Castro à Folha, enquanto assistia ao ensaio final do concerto. O artista, nascido na Bahia e que se mudou para a Suíça, não achava, até 2007, que fosse possível formar músicos eruditos em seu Estado. Até que, após uma visita à Venezuela, tomou conhecimento do projeto El Sistema, criado em 1975, que hoje agrupa 30 sinfônicas e oferece educação musical a 250 mil jovens.
Vendeu a ideia de adaptar El Sistema ao secretário da Cultura da Bahia, o qual topou levá-lo adiante, desde que Castro fosse o diretor artístico. Nascia então o Neojibá (Núcleo de Orquestras Jovens da Bahia), que oferece o ensino gratuito de instrumentos a jovens em Salvador, independente da classe social da qual eles vêm.
"Nunca acreditei em programas restritos a comunidades. A inclusão não se faz dentro dos guetos", diz Castro. O projeto havia sido reconhecido já no ano passado, quando a orquestra viajou a Londres para uma curta temporada no Queen Elizabeth Hall. A repercussão rendeu o novo convite, agora para uma sala maior e ao lado de Lang Lang.
O repertório pedido foi igualmente menos modesto: "As Fontes de Roma", de Ottorino Respighi; "Concerto para Piano nº 2", de Chopin; a suíte "O Pássaro de Fogo", de Stravinski; e a "Rapsódia em Azul", de George Gershwin.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo

 





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