O escritor Dalton Trevisan é o vencedor do Prêmio Camões 2012, o
mais importante da língua portuguesa, atribuído a escritores que tenham
contribuído de forma irrevogável para o enriquecimento literário e cultural do
idioma. O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo secretário de Estado
da Cultura de Portugal, Francisco José Viegas. A escolha do júri desta 24ª.
edição, formado por seis representantes de Portugal, Brasil, Moçambique e
Angola, foi unânime e "significa
uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra", como
afirma a ata.
Considerado pela crítica
especializada como o escritor que melhor soube dar dignidade aos sentimentos
humanos, Dalton constrói contos curtos e secos, escritos com ironia cortante e
humor cáustico, para lançar um olhar objetivo sobre a condição humana. É vencedor
de diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio
Jabuti de 2011, na categoria contos, com Desgracida.
Já havia sido agraciado pelo Jabuti em outras edições, entre elas a de 1995 com Ah, é Dinorá. Recebeu,
ainda, em 1996, o Prêmio
Ministério da Cultura e Literatura pelo
conjunto de sua obra. Em 2003, ganhou o Portugal
Telecom com Pico na veia e, em 2007, o segundo lugar do
mesmo prêmio com Macho não
ganha flor. Em 2008, recebeu Prêmio
Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional por O maníaco do olho verde.
Também foi finalista do Portugal
Telecom com seus últimos
livros, Violetas e pavões (2010) e Desgracida (2011).
"É
um imenso orgulho ter em nosso catálogo um escritor como Dalton Trevisan, um
autor consagrado pela crítica e pelos leitores, tantas vezes vencedor de
importantes prêmios literários no Brasil e que agora recebe este valiosíssimo
reconhecimento em
Portugal. Poucas vezes um prêmio literário foi tão merecido
como este", disse o editor Sergio
Machado, presidente do Grupo Editorial Record, que publica toda a obra do
escritor curitibano.
De Dalton Trevisan, pessoa, pouco se sabe. Ele guarda
a sete chaves sua intimidade, não dá entrevistas, não se deixa fotografar,
provocando frustração em muitos pela sua recusa irrevogável. A quem lhe pede
entrevistas, responde que, para saber mais de sua vida, basta ler seus livros.
Ele ali está de corpo e alma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário