Trem turístico cultural e gastronômico que vai percorrer 13 municípios do Recôncavo baiano, Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte
A Bahia se prepara para comemorar os cem anos de um Rei: Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, um dos cantores populares mais amados do Brasil que divulgou para todo o país a cultura nordestina, com os ritmos do baião e do forró. O centenário acontece em dezembro, mas as primeiras celebrações no estado iniciam já a partir deste sábado, 16, com o “Projeto Transbaião – A Cultura Viaja Aqui”, um trem turístico cultural e gastronômico que vai percorrer 13 municípios do Recôncavo baiano, Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte, região por onde Gonzagão circulou de trem no início de sua carreira.
O Transbaião foi concebido e desenvolvido pelo afilhado do cantor, o hoje deputado federal pela Bahia Luiz Argôlo, que para idealizar o projeto se inspirou no padrinho que fazia o percurso do Nordeste ao Sul apenas sob os trilhos. Nestas viagens, o Rei do Baião sempre dava jeito de dar uma parada no Parque Manoelito Argôlo, no município de Entre Rios, no Litoral Norte, para um breve descanso com o amigo e compadre Manoelito Argôlo. E foi assim, ainda menino, que Luiz Argôlo, ao lado do pai Manoelito, via seu padrinho, e se encantava com as conversas e as cantorias.
Além de homenagear o pernambucano Gonzagão, o Projeto Transbaião - um trem que vai circular durante o mês de junho sempre com música, gastronomia e história a bordo - tem a proposta de revitalizar a malha ferroviária regional, criar um novo e forte circuito turístico, revitalizar a riqueza cultural e gastronômica nos municípios, fomentar o desenvolvimento local sustentado com a agricultura familiar, promover a capacitação da mão de obra e gerar e emprego e renda na região. A malha ferroviária por onde o Transbaião vai passar - um circuito de 272 quilômetros - resgata a tradição do trem de passageiros desativada há 31 anos. Ano passado, ainda em caráter experimental, o projeto passou por estes municípios com vagões repletos de convidados.
“Temos nas mãos um projeto audacioso, a altura do homenageado. Buscamos impactar a economia regional e criar uma nova opção de transporte para a população desses municípios”, disse Argôlo. Para viabilizar a proposta, um sonho acalentado por muitos anos, ele percorreu cada quilômetro da velha ferrovia, e se surpreendeu com uma malha ainda resistindo ao tempo apesar do desgaste de alguns dormentes. Através de contatos junto a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), responsável pela administração deste trecho da ferrovia, conseguiu revitalizar parte dos trilhos e obteve, por empréstimo, duas locomotivas e três carros de passageiros para colocar o trem nos trilhos.
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