terça-feira, 2 de novembro de 2010

O silencio do poeta

Neste dia de Finados é difícil contabilizar perdas, que são tantas. As letras e o leitor perderam Ildásio Tavares, natural da região grapiúna, adepto do candomblé, “um clínico geral da palavra”, como definia-se. Ele que no território da palavra escreveu de tudo: poesia, contos, crônicas, composições...

“A literatura, ela é dez por cento de inspiração e noventa por cento de transposição. Os deuses, pra você ter poesia, no máximo te dão um verso. O resto é com você”, Nos disse certa vez o poeta. Descanse em paz, amigo, enquanto escrevo e recordo seu pensamento quanto ao universo das mulheres que povoaram seu imaginário:

“O homem está sempre numa relação de perdedor com relação à mulher. Por isso, às vezes, usa de artifício, violência. Se fossem superiores não as maltratariam. A mulher como ser humano é mais aperfeiçoada do que o homem e ela que é sempre o objeto do desejo. E em qualquer relação normal entre o homem e a mulher quem decide a cama é sempre a mulher. O homem está sempre em posição de inferioridade”. Ouvi do autor de Domador de Mulheres, num final de tarde em Itapuã que ganhara contornos de uma beleza feminina.

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